Lembro-me de o grande linguista português Luís Lindley Cintra, pai do actor
da Cornucópia, me ter contado que o linguista brasileiro Celso Cunha, com quem
ele escreveu uma gramática do português, o ter demonstrado através de análises
de manuscritos do século XVI, creio que de poesia teatral. Ora, é o que veio
confirmar o que no PÚBLICO de 7 de Maio 2014 escreve Paulo Werneck, que lhe
contou o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto: “estudando a poesia de Camões,
deu-se conta de que, lidos com o actual sotaque português, a métrica não
fechava. Ele e seus alunos então leram os mesmos sonetos com o sotaque do
Brasil de hoje e foi batata: a métrica fechou perfeitamente”. Haverá sem dúvida
linguistas para nos explicarem esta coisa estranha: porque terão os Portugueses
fechado as vogais, a, e, o, que hoje dizemos sem acentuar (como em ‘fechado’, ‘a métrica’), ao contrário das línguas latinas que há por
aí, castelhano, catalão, francês, italiano e brasileiro que todas as abrem?
domingo, 7 de setembro de 2014
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