[o texto O tempo existencial foi
despoletado por uma conversa sobre a noção de 'presente' com o Zé Maria, meu filho, que por sua vez
escreveu o que segue]
Conversa comum deu dois textos
muito diferentes. Não fosse o interlocutor dotado de arte filosófica, vejam: http://filosofiamaisciencias2.blogspot.pt/2014/11/o-tempo-existencial.html
Durante muito tempo
pensei / pensava que o presente era instantâneo: era rápido e o tempo presente já
tinha passado.
No entanto, ontem um sábio
explicou que ‘esse’ é um defeito atual, vê inovar como um escape do novo ao
antigo, que não faz sentido pensar só neste momento, só no agora, neste segundo
só, como presente.
Há um passado a preservar, não
pensemos que chegamos agora, hoje e mudamos todo o passado, TUDO, para futuro
melhor; conservador? Talvez pós moderno…
Ele muda de pessoa para pessoa e às
vezes a mesma pessoa tem vários presentes, mais rápidos e mais lentos. Lá vai
o meu presente número um em velocidade ultrapassando o meu presente actual,
vrumm… O meu presente actual começou quando comecei este texto. Não passou à
medida que fui escrevendo. Temos vários presentes, alguns passados e um único
futuro.
O meu presente, não é isto, o meu
tempo foi invadido de comida pelo almoço. Esta questão já vem sendo pensada mas
não escrita desde ontem (em 12.11) na conversa com o sábio que também vai
escrever sobre este assunto.
Enquanto se escreve um mesmo
texto estamos sempre num mesmo tempo, num presente!? Não, um texto pode demorar
anos a ser escrito e as ideias mudam.
As ideias mudam consoante são
escritas, escrever ajuda a pensar melhor. Por isso encontras por vezes,
escritores que adoras e ao vivo são só isto? Pensava que eu eras feito doutra
massa qualquer, tipo oiro ou assim, mas não, és banal como todos nós.
Fazer durar o tempo é uma
virtude, o tempo sempre a mudar com pessoas e ideias novas não me parece grande
qualidade, ‘estamos a inovar!’, diz-se / escreve–se por aí como se fosse uma
grande qualidade do ser moderno: se se mantém, é porque agrada. Mudar / inovar é
porque não se está contente.
A moda estar sempre a mudar em todas
as estações não me parece muito sustentável, nunca se chega a uma roupa que
continue a ser elegante, bonita, que ultrapasse os tempos.
Vários tempos, vários espaços,
espaço e tempo vivem associados: mudas de espaço, mudas de tempo: a história de
vida muda; o contrário não é obrigatório: passamos a maior parte do tempo no
mesmo espaço. O espaço pode mudar muito ao longo do tempo: gente
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